segunda-feira, 6 de abril de 2009

O QUE É QUE MAIS PODE SER DITO?!

Os processos judicias dito mediáticos - casa pia e freeport – colocaram em estado de sitio a estrutura do ministério público. As declarações feitas, nos últimos dias, à comunicação social e em fóruns públicos, por pessoas como ex bastonário Pires de Lima e o ex-procurador da república Souto moura, não podem ser ignoradas e têm que ser tidas como muito preocupantes, mesmo alarmantes.
Na verdade, aquilo que fora afirmado pelo ex bastonário numa entrevista dada na última sexta à SIC noticias, é revelador, se o que dissera corresponder à verdade dos factos, que o poder politico e poder judicial mantiveram e mantêm relações que violam o principio da independência e da separação entre os órgãos de soberania. Isto a ser verdade, mina e fere completamente o Estado de Direito democrático.
Por seu lado o teor das declarações do Juiz Conselheiro Souto Moura, quando afirma que a justiça é um horror e, tendo o próprio ocupado o cargo de procurador geral e actualmente, como juiz do supremo tribunal de justiça, o que mais pode ser dito e referido sobre a justiça para que se faça alguma.
O clima de suspeição que recai sobre o poder judicial e o poder politico, tem de acabar sob pena de algo muito mau possa vir a acontecer. Estou a falar do descontentamento generalizado da sociedade, embora saibamos que nós, os portugueses, somos pouco dados a posições de força, mas quando estão ameaçados direitos, liberdades e garantias, talvez nos possamos superar. Perpassa na opinião pública que há uma justiça para os desfavorecidos, para aqueles que têm parcos e pouco conhecimentos, outra para os ricos e poderosos.
O “status quo” em que vivemos resulta de uma mentalidade sedimentada ao longo de gerações e gerações em premissas erradas e desajustadas do mundo civilizado e moderno, porquanto, os direitos e privilégios só estão à disposição daqueles que tiveram a “sorte” de terem nascido no seio de uma família com recursos ou numa família com acesso às corporações que detêm o poder e instaladas há dezenas ou centenas de anos.
Assim, ou temos a coragem e o discernimento para entender que temos de alterar as premissas, reformando-as no sentido de permitir ao mais capazes e àqueles que têm uma concepção do que é na realidade o serviço público, poderem ocupar os cargos e executarem a mudança que o país exige, de contrário, assistiremos passivamente ao delapidar do pouco que ainda resta. É imperioso que o decoro e a seriedade iluminem a nossa nação, sob pena de hipotecarmos definitivamente o futuro do país. Se esta razão não for suficiente, pelo menos, pensemos nos nossos filhos.

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