segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

A ÚLTIMA OPORTUNIDADE

A crise financeira e económica que nos assola, embora possa conduzir muitos e muitas portuguesas para uma situação social muito difícil e porventura dramática, trará consigo a última oportunidade da nação lusa de se renovar e cortar de uma vez por todas com os arquétipos e paradigmas adoptados desde da fundação.
Sempre ouvi dizer e defender que o trabalho no estado e para o estado era o mais seguro, oferecia a todos aqueles que almejassem tal desiderato, trabalho para a vida e progressão na carreira sem qualquer esforço ou muito pouco.
Nas escolas públicas, pelo menos por aquelas que tive o azar de frequentar, digo frequentar, porque pouco ou nada aprendi, não tive um ÚNICO professor que me tivesse marcado pela positiva. Nenhum, mesmo nenhum, teve a ousadia de ser critico à realidade da vida em sociedade, de fazer com que os alunos pensassem pela própria cabeça. Defenderam sempre a ignorância e o modelo existente. Estou absolutamente convencido que é aqui que reside o maior dos maiores males que o país encerra.
Se as premissas e os arquétipos estão errados; porque é que não são alterados e modificados por outros? A resposta só pode ser uma, há muitos grupos organizados e muitas pessoas individualmente consideradas a beneficiar das mordomias e privilégios oferecidos pela situação e fazem tudo, porque têm poder, no sentido que nada seja alterado. Porém, será sério, justo e eticamente correcto que a maioria dos portugueses vivam agoniados em dificuldades para que os demais passem por esta vida sem preocupações de maior. Parece-me bem que não.
Por conseguinte, é na escola, com professores capazes e sem medo que a mudança tem de ser preconizada, a mudança de mentalidades é um imperativo. Um novo português tem de ser gerado, sob pena de o país não conseguir ultrapassar os desafios colocados pela globalização e pela competitividade. Um país que depende do estrangeiro mais do daquilo que estrangeiro depende de si, origina, é dito pelos economistas, mais endividamento externo. Os juros provocados pelo endividamento externo, têm de ser pagos e, são aqueles que pagam impostos, que estão mais onerados com tal encargo, para não falar das gerações vindouras. Isto é incomportável.
O novo português tem de repudiar terminantemente a cunha, o pequeno favorecimento pessoal e contrário à lei, o chico espertismo, a corrupção, a indolência e a ignorância, este caldo só promove a irresponsabilidade e a chegada dos medíocres ao poder. Com efeito, o novo homem terá de ser mais solidário, mais audaz, mais trabalhador, mais responsável e mais capaz. Este homem não dependerá tanto do estado e, criará mais riqueza para que possa ser distribuída de forma equitativa por todos os seus concidadãos.
A oportunidade em curso tem de ser agarrada com toda a energia, determinação e garra por todos aqueles que não querem um país neste atraso, cheio de suspeições sobre os titulares de órgãos públicos, em que os órgãos e instituições públicas estão total e absolutamente descredibilizadas.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

MAIS UMA MANOBRA DA MÁQUINA SOCIALISTA

É inegável a relevância politica dos temas ditos fracturantes como é o caso do casamento entre pessoas do mesmo sexo e as questões ligadas à Eutanásia, conceito definido no léxico português como morte sem dor. Com efeito, também, e não menos de relevância politica é se achamos que é oportuno, politicamente, o lançar à discussão pública estes temas.
Para tanto, e em nome da coerência das atitudes, não podemos deixar de referir que há poucos meses atrás o primeiro-ministro José Sócrates afirmara que não era ainda o tempo para se discutir tais matérias. Eu pergunto: existe presentemente, condições politicas para levar acabo o debate público sobre este dois tema? À excepção de situações de calamidade pública, desordem ou guerra, os tema em consideração são passíveis de debate público.
Sou absolutamente a favor dos princípios consagrados pelas revoluções liberais: Igualdade, fraternidade e liberdade e, no que isso implica. As democracias só amadurecem e só se consolidam com a total observação destes princípios. Por conseguinte, os homossexuais devem ser ouvidos nas suas pretensões, como aqueles que defendem que a morte deve estar enformada de total dignidade.
Em relação às pretensões do homossexuais em poderem ter acesso ao Instituto do casamento civil, tenho as mais sérias dúvidas que o conceito casamento possa compreender tal desejo, uma vez que, está pensado para aqueles que defendem um modelo de organização social que assenta na família constituída por dois cônjuges de sexo diferente, com tudo o que isso representa – filiação e protecção do património constituído. No que toca à protecção das relações homossexuais duradouras, poder-se-á aperfeiçoar o instituto da união de facto, no que concerne especialmente ao património adquirido, arrendamento, sucessões e fiscal.
No que toca à eutanásia sou favorável que as pessoas em vida, através de declaração pública, na forma de testamento, no seu perfeito juízo, possam determinar como querem morrer em situações de irreversibilidade.
Todavia, no meu entendimento são questões de natureza diferente, a eutanásia é um direito individual e inalienável em que o estado não tem o dever de se intrometer na decisão do próprio, como, também, a comunidade politicamente organizada não pode exigir que um qualquer cidadão que se abstenha de realizar a sua sexualidade. Já coisa bem diferente, é o modelo de família padrão que deve prevalecer e, neste ponto penso que é dever do Estado definir quem pode e como se pode vivênciar o casamento. Assim, a questão do casamento homossexual deve ser submetida à opinião pública através de referendo.
Em todo o caso, não posso deixar de finalizar esta crónica sem referir que a máquina socialista, mais uma vez, liderada por José Sócrates e por Almeida Santos tenta desviar a atenção dos portugueses dos verdadeiros problemas. Ou não são sérios, ou, então, não têm a capacidade de encontrar meios capazes para enfrentarmos a crise que atravessamos. Será que deitaram a “tolha ao chão”.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A MORALIZAÇÃO DO PAÍS É IMPERIOSA

Esta crónica foi escrita na cidade do Porto, cidade discreta, mas bela como todas as mulheres discretas. Os dias têm estado demasiado chuvosos, e com muito pouca luz. Este status meteorológico faz-me lembrar o país, quanto mais se o entende, mais se fica com a sensação que o nevoeiro sebastianino veio para durar e infernizar as vidas dos portugueses. Com a excepção daqueles, que se movimentam nas águas nauseabundas dos pântanos do sistema.
Antes do mais, saliento, embora seja uma gota de água no oceano, a intenção do actual governo em por fim ao sigilo bancário, nas situações em que os rendimentos apresentados à máquina fiscal, sejam manifestamente insuficientes para aquisição de bens sujeitos a registo superiores 250 000, entre outras situações. Parece-me uma boa medida mesmo que, segundo alguns, ela possa levar à fuga de capitais para o estrangeiro.
É imperioso e dever maior de quem gere a coisa pública fazer tudo para moralizar a vida em sociedade, de criar condições para que as pessoas possam viver sem suspeições; que só aqueles que têm bons conhecimentos é que levam uma vida condigna, de que só alguns é que têm direitos e privilégios e os demais uma imensidade de deveres e obrigações.
O mundo e, consequentemente, Portugal vive debaixo de uma crise económica muito considerável, já aqui tive a oportunidade de dizer que o momento não é de se tentar encontrar e perceber as causas e os respectivos culpados, mas de se encontrar soluções. Vamos viver nos próximos anos metidos num “colete de forças” com o encerramento de muitas empresas e o inerente despedimento de milhares de pessoas. Esta dramática realidade irá conduzir, necessariamente, a grande tensão social, temo mesmo que o poder caia na rua.
Com efeito, retomando o que foi dito em cima, a moralização da vida em sociedade é condição “sine quanon”, para projectarmos um futuro mais digno para um maior número de pessoas possível, para que as assimetrias económicas e sociais sejam cada vez menores, quer mundial, quer a nível nacional.
Dito isto, se nada for feito em prol da moralização da vida em sociedade, acrescendo a isto a crise económica e financeira existente, o colapso social será uma realidade. Por isso, os mais capazes, aqueles que detém maior riqueza e, consequentemente, poder, têm obrigações acrescidas, com efeito, a sua contribuição, ainda que acarrete a perda de privilégios e direitos é indispensável. Chegou a hora de acordarem, porque o problema irá, também, bater-lhes à porta, caso não encarem a realidade tal como ela é.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SERÁ O PAÍS VIÁVEL?

É real e notório que o regime está doente, visivelmente, muito doente, eu diria mesmo moribundo. Quem não vê esta realidade, de duas uma, ou também se encontra doente e, não tem outra solução, tem mesmo de consultar um médico, ou não quer ver, e é aqui que se encontra o cerne da questão, a causa primeira da doença. É este o grupo de pessoas que contribui directa ou indirectamente para “status quo” do regime português.
Parece ser histórica a má situação económica do país, há quem diga que é estrutural. Se fizermos uma pequena viagem no tempo podemos constatar que, houve três momentos, e não mais, em que o país teve algum crescimento; o controlo da rota das especiarias, no século XV, a descoberta de ouro no Brasil no século XVII e por último a “descoberta”, aqui entre comas, dos fundos comunitários. Todos estes momentos foram desperdiçados, ou por incúria ou por inabilidade. Por incúria, quando se deu ênfase ao acessório e ao luxo em vez do estrutural (temos o exemplo dos rios de dinheiro que foram gastos nas grandes obras do século XV , XVIII). Nos nossos tempos fora a má aplicação dos fundos comunitários. Também não seria sério, se eu não fizesse aqui referência às coisas que foram bem feitas, embora pudessem ter sido feitas muitas mais. Temos, hoje, uma cobertura rodoviária espalhada por quase todo o território, a Internet chegou a muitos lugares e lares em Portugal, um sistema nacional de saúde que chega a todos, mal, mas chega.
Na verdade, a falta de estratégia para o país conduzira-nos para o actual estado de coisas. As opções politicas, por via de regra, e aqui têm todos responsabilidade, os actuais e os anteriores governantes, foram sempre tomadas com a premissa de ir ao encontro de grupos instalados, os quais sempre viveram do erário público. Hoje são os descendentes, outrora eram os ascendentes dos actuais. Com efeito, esta forma de gerir a coisa pública não pode dar, como não deu, bom resultado. O país tem graves e complicados problemas estruturais. Uma população pouco qualificada, um tecido empresarial muito débil, com poucas soluções para ultrapassar qualquer crise.
Retomando aquilo que afirmei no inicio desta crónica: o regime está moribundo, é pelos motivos que acabei de colocar em referência, por isso, só há um caminho a percorrer, é aquele que acaba de uma vez por todas com os privilégios e mordomias de grupos e de classes; é aquele que define um modelo económico que corresponda aos desafios da globalização, e neste aspecto, os empresários, instituições financeiras, trabalhadores e sindicatos, têm que rumar todos em conjunto, para o mesmo caminho.
Se não fizermos isto, haverá sempre pressões ilegítimas sobre os órgãos e instituições públicas , para decidir naquele ou noutro sentido, mas sempre no interesse daquele grupo ou daquela classe. Por conseguinte, para se colocar um ponto final, por que problemas haverá sempre, não há regimes perfeitos, e questões para serem resolvidas, teremos, todos, de contribuir para um regime menos suspeito, menos claustrófobico, menos burocrático, no fundo, onde possamos viver com mais dignidade, e aqueles que se esforçarem mais, poderem ver a recompensa dessa dedicação e desse empenho reconhecido pelo regime. Caso isto não seja feito, deixaremos de estar moribundos, porém, morreremos como nação.
Nota final: A agricultura portuguesa sofre de graves problemas de competitividade, não percebo por isso, como é que o actual governo não desbloqueou a verba comunitária no valor de oitocentos milhões de euros para desenvolvimento do sector. É de mais para ser verdade!