terça-feira, 8 de junho de 2010

Apenas as Escolas do interior!

Na passada semana, pela voz da senhora ministra da educação soubemos que as escolas do ensino básico, primeiros ciclo, as antigas primárias, com menos de 20 alunos iriam fechar. Até aqui, aparentemente, nada. De resto, estamos a viver um período de crise e, todas as medidas que visem a reorganização das funções do Estado, tendo em conta a diminuição da despesa pública, são bem vindas
Porém, numa análise mais cuidada, esta medida terá repercussões, sobretudo, no interior do país. Todos sabemos que é no interior onde residem menos pessoas e, que, a população residente, cada dia que passa se torna mais velha.
Dito isto, resulta claro, de que é mais uma medida contra o interior do país. Como alentejano que defende a coesão territorial, aliás, desígnio constitucional, não posso conformar-me com ela. De forma alguma.
Neste país quando há a necessidade de corrigir os desequilíbrios orçamentais, são sempre os mesmos a pagarem a factura. Os com menos voz e, no nosso caso, porque somos menos, por isso, representamos menos votos. Sendo, assim, uma medida fácil para este Governo, que só demonstra ser forte com aqueles que menos meios têm para o enfrentar.
Na verdade, se a redução da despesa é uma questão incontornável, porque é que este ano se contabilizou uma verba que aumenta a despesa do Ministério da Educação em 400 milhões de euros. Segundo consta foi o preço a pagar pelas tréguas com o secretário-geral da Fenprof.
O Alentejo como, aliás, o resto do interior, não pode ficar calado perante os ataques que este Governo tem, sistematicamente, feito ao interior. Umas vezes por omissão, outras, por acção. Ou o poder central toma a consciência desse facto e inverte o caminho, ou o interior do pais, talvez não sejam precisos muitos anos, transformar-se-á numa terra sem gente e totalmente descaracterizada.

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