quarta-feira, 16 de junho de 2010

O decoro, não abunda.

A comissão europeia veio informar que, pese embora, o plano de austeridade apresentado pelo governo português para ano em curso seja suficiente, todavia, para o ano de 2011 deve ser mais ambicioso. Isto significa, de forma dura e crua, que o próximo ano irá ser mais difícil para os portugueses, sobretudo, para os trabalhadores e pensionistas.
Na verdade, apesar de todos devermos contribuir com esforço e, acima de tudo, ficando com menos dinheiro disponível nas nossas carteiras, esse esforço dever ser equitativo. Quem pode contribuir mais, deve fazê-lo em nome da solidariedade social.
Para tanto, o Estado tem que dar um sinal claro aos representados, que somos todos nós, “Zé Povinho” em geral, que está empenhado e decidido em cortar na despesa supérflua e desnecessária. Por que o acordo para a alteração do PEC, estabelecido entre o partido do Governo e o principal partido da oposição, para além das medidas conhecidas por todos que visam o agravamento dos impostos directos e indirectos, havia uma outra que, muitos denominaram de simbólica, que visa a diminuição em 5% dos vencimentos dos titulares de cargos políticos.
Acontece porém que, os mesmos partidos que acordaram em levar a cabo essa medida, são os mesmos que na sua concretização em Lei, excepcionaram a sua aplicação a um conjunto de cargos de nomeação politica (chefes de gabinete, assessores, directores e sub directores gerais, entre outros). Isto é um sinal, infelizmente, não consigo ver outra coisa: de que esta gente ainda não percebeu que a situação é grave e pode ser explosiva a nível social.
Com efeito, ou os políticos portugueses interiorizam a premissa que já não existe mais margem de manobra, politica e social, porque já não podem aumentar os salários dos funcionários públicos em 2,9%, nem darem Magalhães às criancinhas do básico. Por isso, têm de uma vez por todas, de acabar com os sinais contraditórios e ofensivos da inteligência dos governados, ou então, não faltará muito tempo para termos o poder na rua.

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