quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Mais Uma!

A ser verdade, repito, a ser verdade que, o primeiro-ministro pretende calar a comunicação social adversa ao seu desempenho, estaremos na presença do maior ataque alguma vez perpetrado à Democracia, feito por um alto responsável deste país.
A liberdade de expressão é um corolário do principio da liberdade. Podemos dizer aquilo que pensamos, não pode ser coarctado por ninguém, em circunstância alguma. É uma regra fundamental da Democracia. Claro que, aquilo que dizemos, deve compreender o respeito pela dignidade dos possíveis destinatários.
Já começa a raiar o intolerável as noticias vindas a público sobre os alegados ataques á comunicação social feitos ou mandados fazer por este primeiro ministro. Ele foi o “caso” Manuela Moura Guedes, o “caso” Marcelo Rebelo de Sousa, agora temos a hipotética conversa do PM com dois outros dois ministros realizada num conhecido restaurante da capital, cujo alegado conteúdo versara sobre o “tratamento a dar” ao jornalista Mário Crespo.
Na verdade, quando tomei conhecimento dos contornos da notícia, achei tudo aquilo patético. Sem grande fundamento para ser noticia. Aparentemente, tratou-se de uma conversa privada, num local público. Logo, sem me meter nos aspectos deontológicos do jornalismo, não me pareceu que devesse ter vindo a público.
Porém, e já que a noticia merece primeira páginas de alguma comunicação social escrita e com referência a nomes dos protagonistas, aqueles que foram ouvidos e aqueles que ouviram. As explicações são exigidas sobre o alegado facto. Do primeiro ministro, porque não pode andar constantemente num clima de suspeição e, o passado recente não lhe é nada simpático no que toca a suspeições. Dos alegados ouvintes, porque a ser mentira, estaremos na presença de eventual responsabilidade criminal.
O país político e comunicacional não pode gastar a sua energia nestas coisas. O primeiro ministro de Portugal tem a árdua tarefa de credibilizar o país perante as instituições internacionais, que cada dia que passa têm de nós pior impressão. Ele é o défice, ele é a dívida pública, ele é o défice externo. Por conseguinte, tem muito em que se preocupar, sob pena de estarmos entregues à bicharada. No que concerne à comunicação social, pilar da Democracia, só estribada em factos e fontes credíveis é que pode fazer notícia. Oxalá o primeiro-ministro não tenha querido dizer o que as outras pessoas alegadamente ouviram e compreenderam, porque de contrário, estaremos metidos num limbo de extensão desconhecida.

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