terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

A derradeira oportunidade.

O quadro social, económico e político em que vivemos está enformado de uma tal confusão, que dificilmente, sairemos desta encruzilhada onde nos colocámos.
O povo português convenceu-se ou deixou-se convencer de que bastaria algum sacrifício e uns tantos conhecimentos, que a vidinha correria sem percalços de maior. Estávamos, redondamente, equivocados. E, por isso, perdemos o comboio da competitividade. São vários os exemplos que sustentam esta afirmação: a divergência do nosso crescimento face aos restantes países comunitários. Arrastamos a nossa educação para níveis do terceiro mundo; A Justiça tornou-se num calvário para quem quer ver reconhecido um Direito; Os agentes políticos gozam de uma desconfiança junto da população muito preocupante. Poucos ou quase inexistentes, são os exemplos de sucesso no nosso país.
Por outro lado, as noticias que têm vindo a público nos últimos dias, refiro-me ao alegado envolvimento do primeiro ministro numa estratégia que visava a interferência na linha editorial de alguns grupos de comunicação social, deixa-nos a todos, pelo menos, aos mais atentos e responsáveis, sem reacção dada a gravidade da situação. Se isto foi possível, vivemos um período da nossa história sem paralelo, pelos motivos mais ignóbeis.
A nossa Constituição assegura a interdependência dos vários poderes, e, assegura, igualmente, princípios fundamentais que facilitam a sã convivência social. Face à nossa realidade social e politica, mais parece que tudo isto fora ignorado e, perpassa a impressão na colectividade que nada disto está assegurado e que a própria constituição da República Portuguesa não passa de um arcevo de folhas, sistematicamente, ignorado por quem detém o poder politico.
Ou temos a coragem de inverter o sentido do estado das coisas, e estou convencido que não teremos outra oportunidade, com a finalidade de afastar todos aqueles que não aprenderam ou não quiseram aprender o modo correcto de viver num regime democrático, ou então, estaremos a construir algo de imprevisível desfecho. Como nota final, deixo aqui o seguinte apontamento: o senhor Presidente da República tem o dever constitucional de zelar pelo o regular funcionamento das instituições democráticas.

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