terça-feira, 10 de novembro de 2009

ASSOBIANDO PARA O LADO

Vivemos tempos demasiados confusos para que, uma qualquer avaliação, possa revestir, objectividade, rigor e serenidade. Mesmo assim, arrisco aqui partilhar com os nossos ouvintes algumas das perplexidades que vêm assolando o meu espírito. Para além dos escândalos judiciais que nas últimas semanas têm alimentado os noticiários televisivos e as capas dos jornais, sobretudo, o da face oculta. A semana que acaba de findar, escrevo esta crónica na segunda-feira, dia 9 de Novembro, fora noticiado, uma vez mais, os muito preocupantes indicadores económicos respeitantes ao comportamento da nossa economia na última década.
Segundo os organismos estrangeiros, OCDE e EU o crescimento económico em Portugal, não chegou aos 0,5% de média anual na última década, de 1999 a 2009, enquanto os nossos parceiros obtiveram um crescimento médio 3,5% anual, também na última década. Estes 3% de diferença, para qualquer cidadão minimamente informado, não é preciso ser economista, como é meu caso, é revelador da acentuada divergência para com os países nossos competidores directos.
Na verdade, espanta-me como é que o nosso galopante empobrecimento não seja o principal tema a discutir por todos; classe politica, comentadores, cidadãos em geral e órgãos de comunicação social. Porém, como em toda a regra há uma excepção. E aqui presto a minha homenagem ao Dr. Medina Carreira e ao Prof. Hernâni Lopes que têm feito um esforço para que esta matéria seja discutida por todos e, sobretudo, pela classe politica.
Meus caros ouvintes, ou a classe politica tem a coragem para mudar o paradigma económico do país, demasiado dependente do orçamento de Estado, com algumas das consequências nefastas a traduzirem-se no aumento do fenómeno da corrupção, para um modelo mais liberal, mais responsabilizante para empresas e para as famílias. Ou então, antevejo um país ainda mais permissivo à cunha, ao tráfico de influências, à corrupção, ao conluio, e tudo aquilo de mau que um estado demasiado “gordo e pesado” possa criar. Isto dito, no presente essa responsabilidade cabe ao novo governo, em primeira análise, todavia as oposições não podem alijar responsabilidades, nem estarem à espera do melhor momento para assaltarem o poder pelo poder. A democracia exige-lhes muito mais, designadamente, a fiscalização politica permanente e a feitura de proposta alternativas, sem calculismo políticos. Servir o Estado não é uma profissão é uma missão. Quem não aceitar esta nobre premissa, saia se faz o favor.

Sem comentários: