segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SERÁ O PAÍS VIÁVEL?

É real e notório que o regime está doente, visivelmente, muito doente, eu diria mesmo moribundo. Quem não vê esta realidade, de duas uma, ou também se encontra doente e, não tem outra solução, tem mesmo de consultar um médico, ou não quer ver, e é aqui que se encontra o cerne da questão, a causa primeira da doença. É este o grupo de pessoas que contribui directa ou indirectamente para “status quo” do regime português.
Parece ser histórica a má situação económica do país, há quem diga que é estrutural. Se fizermos uma pequena viagem no tempo podemos constatar que, houve três momentos, e não mais, em que o país teve algum crescimento; o controlo da rota das especiarias, no século XV, a descoberta de ouro no Brasil no século XVII e por último a “descoberta”, aqui entre comas, dos fundos comunitários. Todos estes momentos foram desperdiçados, ou por incúria ou por inabilidade. Por incúria, quando se deu ênfase ao acessório e ao luxo em vez do estrutural (temos o exemplo dos rios de dinheiro que foram gastos nas grandes obras do século XV , XVIII). Nos nossos tempos fora a má aplicação dos fundos comunitários. Também não seria sério, se eu não fizesse aqui referência às coisas que foram bem feitas, embora pudessem ter sido feitas muitas mais. Temos, hoje, uma cobertura rodoviária espalhada por quase todo o território, a Internet chegou a muitos lugares e lares em Portugal, um sistema nacional de saúde que chega a todos, mal, mas chega.
Na verdade, a falta de estratégia para o país conduzira-nos para o actual estado de coisas. As opções politicas, por via de regra, e aqui têm todos responsabilidade, os actuais e os anteriores governantes, foram sempre tomadas com a premissa de ir ao encontro de grupos instalados, os quais sempre viveram do erário público. Hoje são os descendentes, outrora eram os ascendentes dos actuais. Com efeito, esta forma de gerir a coisa pública não pode dar, como não deu, bom resultado. O país tem graves e complicados problemas estruturais. Uma população pouco qualificada, um tecido empresarial muito débil, com poucas soluções para ultrapassar qualquer crise.
Retomando aquilo que afirmei no inicio desta crónica: o regime está moribundo, é pelos motivos que acabei de colocar em referência, por isso, só há um caminho a percorrer, é aquele que acaba de uma vez por todas com os privilégios e mordomias de grupos e de classes; é aquele que define um modelo económico que corresponda aos desafios da globalização, e neste aspecto, os empresários, instituições financeiras, trabalhadores e sindicatos, têm que rumar todos em conjunto, para o mesmo caminho.
Se não fizermos isto, haverá sempre pressões ilegítimas sobre os órgãos e instituições públicas , para decidir naquele ou noutro sentido, mas sempre no interesse daquele grupo ou daquela classe. Por conseguinte, para se colocar um ponto final, por que problemas haverá sempre, não há regimes perfeitos, e questões para serem resolvidas, teremos, todos, de contribuir para um regime menos suspeito, menos claustrófobico, menos burocrático, no fundo, onde possamos viver com mais dignidade, e aqueles que se esforçarem mais, poderem ver a recompensa dessa dedicação e desse empenho reconhecido pelo regime. Caso isto não seja feito, deixaremos de estar moribundos, porém, morreremos como nação.
Nota final: A agricultura portuguesa sofre de graves problemas de competitividade, não percebo por isso, como é que o actual governo não desbloqueou a verba comunitária no valor de oitocentos milhões de euros para desenvolvimento do sector. É de mais para ser verdade!

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