terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A MORALIZAÇÃO DO PAÍS É IMPERIOSA

Esta crónica foi escrita na cidade do Porto, cidade discreta, mas bela como todas as mulheres discretas. Os dias têm estado demasiado chuvosos, e com muito pouca luz. Este status meteorológico faz-me lembrar o país, quanto mais se o entende, mais se fica com a sensação que o nevoeiro sebastianino veio para durar e infernizar as vidas dos portugueses. Com a excepção daqueles, que se movimentam nas águas nauseabundas dos pântanos do sistema.
Antes do mais, saliento, embora seja uma gota de água no oceano, a intenção do actual governo em por fim ao sigilo bancário, nas situações em que os rendimentos apresentados à máquina fiscal, sejam manifestamente insuficientes para aquisição de bens sujeitos a registo superiores 250 000, entre outras situações. Parece-me uma boa medida mesmo que, segundo alguns, ela possa levar à fuga de capitais para o estrangeiro.
É imperioso e dever maior de quem gere a coisa pública fazer tudo para moralizar a vida em sociedade, de criar condições para que as pessoas possam viver sem suspeições; que só aqueles que têm bons conhecimentos é que levam uma vida condigna, de que só alguns é que têm direitos e privilégios e os demais uma imensidade de deveres e obrigações.
O mundo e, consequentemente, Portugal vive debaixo de uma crise económica muito considerável, já aqui tive a oportunidade de dizer que o momento não é de se tentar encontrar e perceber as causas e os respectivos culpados, mas de se encontrar soluções. Vamos viver nos próximos anos metidos num “colete de forças” com o encerramento de muitas empresas e o inerente despedimento de milhares de pessoas. Esta dramática realidade irá conduzir, necessariamente, a grande tensão social, temo mesmo que o poder caia na rua.
Com efeito, retomando o que foi dito em cima, a moralização da vida em sociedade é condição “sine quanon”, para projectarmos um futuro mais digno para um maior número de pessoas possível, para que as assimetrias económicas e sociais sejam cada vez menores, quer mundial, quer a nível nacional.
Dito isto, se nada for feito em prol da moralização da vida em sociedade, acrescendo a isto a crise económica e financeira existente, o colapso social será uma realidade. Por isso, os mais capazes, aqueles que detém maior riqueza e, consequentemente, poder, têm obrigações acrescidas, com efeito, a sua contribuição, ainda que acarrete a perda de privilégios e direitos é indispensável. Chegou a hora de acordarem, porque o problema irá, também, bater-lhes à porta, caso não encarem a realidade tal como ela é.

Sem comentários: