terça-feira, 20 de janeiro de 2009

ÉVORA PRECISA DE UMA NOVA EQUIPA MUNICIPAL!!

O presidente da câmara municipal de Évora em entrevista dada ao diário do Sul, na semana passada, anunciou a sua intenção em recandidatar-se a mais um mandato, o terceiro por sinal. Até aqui nada de novo. Todavia, a entrevista é feita num discurso demasiado sobranceiro, arrogante e com laivos de populismo.
Na verdade, quem leu a entrevista fica com a ideia de que o Dr. José Ernesto quer convencer, ou quer convencer-se de que é indispensável e insubstituível na direcção dos destinos da cidade de Évora. Não ponho em causa o sentimento que nutre pela cidade, mesmo sabendo que não nasceu cá. Porém, a sua alegada recandidatura, envolve outras questões “de veras” mais importantes. Primeiro, é o momento de avaliarmos o que foi feito pelo executivo que lidera, se as propostas que integraram o seu último manifesto eleitoral foram compridas ou concretizadas. Segundo; se o que não conseguiu fazer em oitos anos, conseguirá fazer nos próximos quatro. Relembro os ouvintes que o próximo mandato irá ser exercido com uma crise interna e internacional grave.
Na última campanha eleitoral autárquica, o slogan eleitoral do partido socialista para a câmara de Évora teve como ideia chave os 3000 mil postos de trabalho que o então putativo projecto Skylander traria para a cidade. Podemos verificar, todos, que tudo não passara de boa intenções. O projecto aterrou noutro local e, a cidade em vez de ver aumentar o emprego, pode, assistir, dramaticamente, ao aumento desemprego, que o digam os jovens, sobretudo, os licenciados.
A cidade e o concelho não são competitivos, embora tenham um potencial muito grande. O legado patrimonial e histórico que os nossos antepassados nos deixaram, é disso exemplo. Por isso, o estatuto de património mundial dado pela unesco, no longínquo ano de 1986. Porém, foram tomadas as politicas mais acertadas e mais convenientes para os interesses da cidade e do concelho, sobretudo nos últimos oito anos, para que o investimento quer interno, quer internacional pudessem vir para cá? A realidade, infelizmente, diz-nos que muito pouco foi feito neste sentido. E quem perde? Não há dúvida, são os eborenses.
Outro aspecto da entrevista que, no meu ponto de vista, é revelador de grande desonestidade intelectual, é aquele em que senhor presidente da câmara se refere à oposição. Antes do mais, faço aqui a minha declaração de interesses: sou membro da comissão politica da concelhia de Évora do PSD. Em todo caso, não posso de deixar repudiar e censurar as palavras do presidente quando ele afirma que a oposição, se ele não excepciona nenhuma, a exercida pelo PSD também é aqui visada, é um deserto de ideias e não faz outra coisa se não atacá-lo pessoalmente, dedicar-se à má língua e obstar que ele possa levar a cabo as suas ideias.
Com efeito, gostava de relembrar o presidente da câmara municipal de Évora, e digo relembrar, porque decorre da entrevista a total omissão ao trabalho realizado pela vereação do PSD, sem o qual a cidade não teria o PDM aprovado, um projecto estratégico para a cidade, a solução para o salão central, um plano de reabilitação urbana do centro histórico e, outras coisas mais, que dispenso de aqui fazer referência por serem do conhecimento público.
Por conseguinte, não era só cordial, urbano e de grande seriedade politica reconhecer o trabalho realizado pela vereação do PSD, como, também, relevá-lo de extrema importância para que o mandato pudesse ter sido completado. A vereação socialista está em minoria, tem três em sete vereadores. Por tudo isto, pergunto: tem o Dr. José Ernesto capacidade técnica e politica para elevar Évora a patamares de competitividade que lhe permitam ombrear com as cidades de igual dimensão, nacional ou internacional. A resposta cabe aos eborenses no próximo acto eleitoral!

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