quarta-feira, 19 de maio de 2010

Novo rumo

A confusão instalou-se de vez na vida politica portuguesa. O governo está sem margem de manobra para levar por diante a sua politica que, consiste no atirar de dinheiro para cima dos problemas, pois, a torneira que até aqui o jorrara, estancou. A política do espectáculo tão cara ao primeiro-ministro, não mais pode ser levada a cabo.
Na verdade, a crise económica mundial só veio antecipar a nossa crise e por a descoberto as nossas contas, quer públicas, quer privadas. Foram anos de completa e total irresponsabilidade, endividarmo-nos para consumir julgando que já éramos ricos. Os investimentos reprodutivos contam-se, infelizmente, pelos dedos de poucas mãos.
Porém, é que ninguém pode alijar responsabilidades, uns por acção, outros por omissão E quando falo em responsabilidade estou a reportar-me a todos aqueles que têm competência para agirem. O governo, os partidos com assento parlamentar, as entidades fiscalizadoras, relevo aqui o Governador do Banco de Portugal e o Presidente do Tribunal de Contas e as Direcções Gerais do Orçamento e das Contribuições e Impostos e por último, não como actuante, mas como garante do regular funcionamento das instituições, o Presidente da República. Os números do défice, da dívida do Estado e do endividamento externo, desde há muito eram conhecidos. Nem por isso se quis tornar público o estado da situação económica do país para que se pudesse proceder a um debate com a seriedade que o problema obrigara.
Chegados a este descalabro, provocado, sobretudo, pela irresponsabilidade de todos aqueles que defendem o modelo económico com base na intervenção do Estado nos mercados. Como bem ensinam os manuais da economia, os Estados nunca foram bons a desempenhar as funções de proprietário, empresário e accionista. Com efeito, só poderíamos chegar ao ponto de ruptura.
Ora, os sacrifícios chegaram e irão bater à porta das casas dos portugueses, ninguém tenha
dúvidas disso. Acontece porém que, não serão proporcionais, os que mais contribuíram para esta dramática situação, não serão aqueles que, proporcionalmente, terão que fazer mais restrições. Veja-se, por exemplo, a taxa reduzida do IVA, irá ter um aumento de 20%, enquanto as outras taxas deste imposto terão um aumento inferior.
Isto posto, temo, infelizmente temo, que, a lição não seja novamente aprendida, mas que é uma boa oportunidade para mudarmos de rumo, disso não tenho muitas dúvidas.

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