sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Acrópole XXI ou XX

No passado sábado fui assistir ao debate promovido pelo grupo Pró Évora, cujo tema versou sobre o projecto Acrópole XXI. Para quem desconhece o que representa este projecto, fica aqui, de forma sucinta, no que consiste. Trata-se de uma proposta de intervenção no centro histórico, designadamente, no espaço adjacente ao Templo Romano e Jardim Diana, entre outros, apoiada pelo Quadro de Referência de Estratégia Nacional.
A proposta é da autoria do Arquitecto Nuno Lopes, que, consubstancia, grosso modo, em dar uma nova relevância ao Templo Romano. Para tanto, defende a supressão do Jardim Diana e, em substituição, propõe a constituição de uma plataforma em lajedo de granito, uma cafetaria e a colocação de algumas árvores. Repito esta minha explicação é muito parca, para obterem uma explicação mais detalhada, terão de consultar o documento.
Não sou, por principio, defensor de que as coisas uma vez criadas deverão permanecer imutáveis até ao seu desaparecimento. Há várias intervenções em lugares considerados “sagrados” que suscitaram grande polémica, que posteriormente, de forma quase consensual, todos vieram a concordar que foram grandes decisões. Lembro-me, por exemplo, da manutenção da Torre Eiffel e da colocação no Museu do Louvre da pirâmide envidraçada. Hoje ninguém contesta a bondade destas decisões.
No que toca à proposta de intervenção no espaço do Templo Romano e Jardim Diana, há algumas coisas que devemos fazer desde já. A população eborense deve pronunciar-se e participar em todos os debate sobre este tema e contribuir com criticas construtivas. Não se demitam dos vossos deveres é o futuro da cidade que está em jogo. Isto por um lado, por outro, devemos, é a minha opinião, encontrar uma solução que preserve o legado arquitectónico que os nossos antepassados nos legaram e defender a solução que torne aquele espaço numa fruição mais agradável para todos, eborenses ou não. Penso que a proposta em discussão não defende isto.
Se conseguirmos a solução que abranja as premissas que falei atrás, não só melhoraremos a qualidade de vida daqueles que cá vivem, como tornaremos a cidade mais competitiva, por conseguinte, mais atractiva para os mercados turísticos.

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