terça-feira, 16 de junho de 2009

HÁ UMA TÉNUE LUZ AO FUNDO

A vida politico partidária está muito interessante. Há muito que não assistíamos a uma coisa assim. São vários e multifacetados os que se preocupam com a hipótese de (in)governabilidade, dado que, os resultados das europeias para além da vitória do PSD, traduziu-se num aumento da extrema esquerda. Os mais preocupados posicionam-se no centro partidário e, muitos deles, não é por convicção ideológica, mas por puro interesse. E desenganem-se aqueles que pensam que, só os agentes políticos é que estão nesta linha, há muita gente que depende do Estado para governar a sua vida, como empresas, corporações e cidadãos individualmente considerados, que anda aflito.
Na verdade, as eleições europeias vieram desencadear a possibilidade de se verificar um de vários cenários políticos nas próximas eleições legislativas. Tanto a vitória do PSD como a vitória do PS, como, também, a possibilidade em caso de maioria relativa de estas forças terem de proceder a coligações com os pequenos partidos, à esquerda ou à direita do espectro partidário.
Este quadro de maioria relativa a verificar-se, mormente, à esquerda, poderá fazer com que o partido socialista fique refém do Bloco de esquerda ou do Partido Comunista. Este condicionamento não é, de todo, benéfico para o desenvolvimento do país, sobretudo, numa altura de crise, que os escassos recursos financeiros à disposição do país devem ser criteriosamente aplicados.
Todos sabemos que, julgo eu, tanto o Bloco como o partido comunista vivem politicamente, sobretudo, da demagogia e da retórica fácil. São exemplo disso as politicas defendidas no campo social e económico. São contra qualquer tipo de despedimento, mesmo quando a necessidade conjuntural a isso obriga. Muitas das vezes, pelo menos os factos levam a essa interpretação, preferem que uma empresa feche a haver alguns despedimentos. Com a despesa pública não são nada criteriosos, defendem serviços e dinheiro para todos, como se nós tivéssemos uma máquina de fazer ouro.
Com efeito, mesmo com estas preocupações, umas legítimas e outras fundadas no puro interesse individual ou corporativo, o tempo que resta para as eleições legislativas poderá trazer ao debate político a seriedade necessária para que os partidos do arco da governabilidade possam discutir as reformas que há muito urgem fazer.
Dito isto, porque não acredito que o actual primeiro ministro e a sua equipa esteja à altura de alterar o quer que seja. Não teve coragem de proceder ás reformas necessárias neste mandato, para isso, basta olhar para o estado da Justiça, da Educação, da Saúde, da Administração Pública e da Agricultura.
Ora, cabe ao PSD trazer à politica essa coragem reformadora e explicá-la sem medos e isenta de más interpretações. Contudo, a líder do partido social democrata deverá também ter o discernimento de se fazer acompanhar de gente competente e muito pouco comprometida com o mau passado do partido. De contrário, irá comprometer o resultado das próximas eleições a favor de outros. O povo não é parvo!

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