terça-feira, 10 de março de 2009

A Crise e as Oportunidades

Os acontecimentos da última semana verificados na assembleia da República, em que, dois deputados, um do partido socialista e outro Partido Social Democrata, trocaram palavras insultuosas e impróprias para serem proferidas num local de tão grande importância, como é a sede da democracia, o parlamento, provocaram no país atento e civilizado desagrado e incompreensão.
Não quero nem pretendo julgar os deputados em questão, porque não estava lá e, não conheço a verdade dos factos. Porém, o respeito, a lisura, a correcção e urbanidade devem ser qualidades de todos aqueles que nos representam. Quem não perceber e não aceitar tais premissas, não pode nem deve frequentar tão insigne local.
A democracia como conceito, salvo erro, étimo grego, significa poder do povo. A nossa democracia não é directa, pois, não temos todos assento na assembleia. Trata-se, portanto, de uma democracia representativa. Elegemos os nossos representantes através do voto, sendo este, universal e secreto. Por via de regra, se não existir algo de atípico, como foi a dissolução do parlamento promovida pelo presidente Sampaio, quando era líder do governo Santana Lopes, votamos nas eleições legislativas de quatro em quatro anos.
Por isso, a delegação de poderes e de deveres feita pelos cidadãos aos senhores deputados através do voto nos regimes democráticos, é da maior responsabilidade para quem os recebe. Pois, têm sobre os seus ombros o poder/dever de decidir sobre a vida dos seus concidadãos. Conquanto, devem os candidatos/deputados, para além das sua competências técnicas e politicas, serem pessoas cujo passado esteja acima de qualquer suspeição e de uma urbanidade imaculada.
Na verdade, desejo que este episódio caricato, não passe disso mesmo, um episódio insólito. Porém, numa altura em que se critica tanto o nível da qualidade dos deputados. Não sei se com razão, ou sem ela. Cabe aos partidos, sem excepção, pelo menos os que têm assento parlamentar e, agora que vivemos em tempo de crise e, que as eleições se aproximam a cada passo, de encontrarem dentro das sua fileiras ou mesmo fora delas pessoas, mulheres e homens, que estejam a altura de ocupar tão digno cargo.
As crises, tenham elas que natureza tiverem, criam oportunidades para a mudança. Podemos constatar isso na economia, com aparecimento de várias empresas a ocuparem nichos de mercado que até aqui não eram preenchidos por ninguém. Não tenho dúvidas que a politica e os seu agentes também andam em crise. São muitos, ou pelo menos são de mais os que têm os nomes sob suspeita. Primeiro-ministro, ex-ministros, presidentes de empresas públicas, deputados, autarcas ect, etc. Com efeito, não se perca mais uma oportunidade para credibilizar a politica e os seus agentes. Talvez não haja mais oportunidades.

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